segunda-feira, 4 de abril de 2016

NISA: Brilho intenso nas Festas do Mártir Santo (2010)




Fogo de artifício, música, animação, solenidade, encontro e convívio, marcaram a festa em honra de S. Sebastião, o Mártir Santo, em Nisa.
Os festejos começaram no dia consagrado a S. Sebastião (20 de Janeiro) com uma procissão entre a capela do mesmo nome e a Igreja Matriz.
Na sexta-feira, no início da tarde, teve lugar o “acender do lume”, a monumental fogueira que iria perdurar e aquecer os mais friorentos ao longo do fim-de-semana.
Brilharam nesta noite, os dançarinos e dançarinas da Escola Silvina Candeias que deliciaram a vasta plateia, composta por pessoas de todas as idades, com diversas danças de um repertório clássico e alegre que a todos contagiou, merecendo por inteiro as calorosas salvas de palmas com que foram presenteados.
A música de baile conquistou jovens e menos jovens em festiva animação. Os bares não tiveram mãos a medir e a capela, luminosamente decorada atraiu aqueles que preferiram o refúgio na oração e na meditação.
A noite de sábado registou uma enchente como há muito não se via no largo e imediações da capela consagrada ao Mártir Santo.
As actuações de Josélito Maia e de Zé Águas levaram ao rubro gente de todas as idades, numa noite agradável e que convidava à festa e ao divertimento.
Resposta muito positiva da população de Nisa e visitantes para o esforço desenvolvido desde há cinco anos pela Comissão Organizadora, composta na sua maioria, por jovens e que têm como único objectivo manter viva a tradição e adquirir fundos para melhoramentos na capela. Estes, tais como as contas, estão, aliás, bem visíveis.
O lançamento do balão, momento sempre aguardado e o deslumbrante fogo de artifício, deram ainda mais beleza a uma noite mágica que se prolongou pela madrugada fora.
No domingo, realce para a entrega e arrematação dos “ramos”. O artista popular Diogo Guerra no seu estilo inconfundível ia marcando os ritmos e os preços das várias ofertas da população. “Cesta com pão, laranjas, cacholeiras, uma garrafa de vinho, doces, está em 15 euros. Quem dá mais?”. E lá seguia “puxando” as mais valias aos produtos, para aumentar as ofertas. Uma, duas, vinte, trinta vezes, sempre no mesmo tom bem disposto e prazenteiro.
Aos ramos e à fogueira seguiu-se uma vez mais a música. Atiraram-se ao “balho” aqueles a quem ainda restava uma folga no espírito e no físico.
A festa terminou ao cair da noite. Três dias de folia e um de solenidade mais profunda, no respeito e devoção por um santo que foi mártir e que continua bem presente no coração do povo.

Mário Mendes in "O Distrito de Portalegre" - 31/1/2010