O
Mendigo
(Natal
é quando um homem quiser - Ary dos Santos)
Estendendo
a rôxa mão à caridade,
Lá
vai de porta em porta o bom velhinho,
Cabelos
cor de neve do caminho,
E
nostálgicos olhos de saudade!
Também
teve o ardor da mocidade,
Um
braço forte no labor do ancinho,
Mas
os anos passando, de mansinho,
Quebraram
o vigor da tenra idade!
E o
homem, que viveu a luta insana
Da
vida, tem a paga desumana,
Contida
no dizer de uma oração!...
Soldado
ignoto, morrerá um dia...
E o
mundo ficará sem a arrelia
De
repartir migalhas do seu pão!
-
José Gomes Correia