ADENTRANDO O DIA DE TODOS OS
SANTOS… ESTA INIGUALÁVEL, QUERIDA GENTE DA MINHA TERRA, CUJO EXEMPLO DE VIDA
NÃO PODEMOS IGNORAR…
A MINHA VIZINHA MARIA DA SILVA
ERA UMA HEROÍNA. TENHO POR CERTO QUE NO LADO DE LÁ SERÁ RECOMPENSADA. A ANA
MARIA, A MAIS PEQUENINA DAS SUAS DUAS FILHAS COM A ISABEL… A NOTÍCIA POSTERIOR
DO TEU DESENLACE FÍSICO... MINHA QUERIDA AMIGA AMARGUROU-ME, PELO SOFRIMENTO
POR QUE PASSASTE E POR NÃO TE TER PODIDO ACOMPANHAR …ESTAR…
QUANTO TE ESTIMO ...QUANTO TE
ADMIRO... COMO ADMIRAVA O TEU EXEMPLO DE VIDA!…O TEU SOFRIMENTO FÍSICO…TANTO
SOFRIMENTO … SENHOR... SENHORA DA GRAÇA!
Ao tempo a minha casa, naquele
período ante Páscoa, adentrava uma costureira amiga, dedicada e competente,
levada pela Vizinha Maria da Silva, uma óptima pessoa e costureira que
executava tudo na perfeição, que preparava os vestidos de anjo das meninas para
a Procissão dos Passos, e outro vestuário.
A
vizinha Maria não tinha ainda realizado as obras que se seguiram.
Reinava a alegria na minha casa.
Minha mãe não migava sopas….Vizinha Maria Augusta! Tem lá a sua máquina ou
leva-se lá a minha? A minha casa com o negócio não convém.
Vizinha Maria Augusta o que é que diz? Maria, isso é
problema?
Aliás não era preciso pedir a minha mãe, tudo o que a
vizinha Maria decidia estava bem decidido e não se fala mais nisso. A vizinha
era um impulso da natureza e planificava coisas com o maior à vontade de
gestão.
A vizinha Maria era como se fosse
da casa e o vai-vem das meninas era uma festa. Contínua.
A vizinha Maria era um ser magnífico.
Se jogasse futebol dir-se-ia um falso lento.
Como a sua vida era pesadíssima,
esses momentos de aparente paragem serviam –lhe para racionalizar estratégias e
acções, traçar objectivos que ia discernindo.
Em minha casa era tudo… gozava, privilegiava a nossa total
familiaridade, as portas estavam – lhe totalmente abertas e sem qualquer
reserva.
Nesse período reinava a alegria,
a Ana Maria e a Isabel entravam e saíam e tudo eram risos com as suas presenças
constantes.
A Ana Maria a pronunciar Vião em vez de João, e
outras palavras engraçadas. A vizinha Maria era acolhida por minha mãe com o
maior dos carinhos, e quando o Senhor António infelizmente partiu tão cedo
minha mãe temeu pela sua depressão, não a largou e reergueu-a… Maria, não te
isoles nessa tristeza! Tu és tão corajosa… A vida continua, olha as tuas filhas tão lindas, anda lá…vamos lá.!
E assim foi! …
E renasce uma pessoa
invulgarmente trabalhadora, mãe de filhas tão lindas, em grande plano na luta
pela vida..
Exemplo para nós….A vizinha Maria,
como dito em título, era uma heroína … e as suas filhas valores fora do comum
com alto sentido de responsabilidade.
As visitas constantes do Senhor
Domingos e da avó das meninas, uma senhora muito calma, sublimavam a falta do
Senhor António… A vizinha Maria e a nossa querida Ana Maria foram da maior
caridade e desvelo para minha mãe,
apesar dos seus afazeres, ultrapassando critérios gerais de bondade, igualmente
para mim, a maior paz e o seu repouso eterno.
Donde… moro sem casa em Nisa. Nisa e sua gente
moram no meu coração, o meu coração é a
minha terra, a nossa gente na sua bondade sem limites, gente de paz, de
misericórdia, de perdão, que Nossa Senhora
da Graça gravou em nós para sempre
.
De gente tão boa como a Maria
Diniz. Os desenhos dos bordados da minha avó Josefa vou levar-tos como prenda e
homenagem à beleza da tua arte, à beleza da tua bondade, do teu ser magnífico
de mulher de Nisa, e tu que cantas tão bem
fazes tanta falta com o teu enorme valor
no coro da paróquia… Como a Senhora da Graça me parece confidenciar com
o seu largo sorriso. Fazia-te tão bem…Serias ainda mais feliz!...
Porque não?
A
amizade certa do João Castanho
14 de novembro de 2013