sexta-feira, 29 de julho de 2016

OPINIÃO: A inigualável gente da minha terra

ADENTRANDO O DIA DE TODOS OS SANTOS… ESTA INIGUALÁVEL, QUERIDA GENTE DA MINHA TERRA, CUJO EXEMPLO DE VIDA NÃO PODEMOS IGNORAR…
A MINHA VIZINHA MARIA DA SILVA ERA UMA HEROÍNA. TENHO POR CERTO QUE NO LADO DE LÁ SERÁ RECOMPENSADA. A ANA MARIA, A MAIS PEQUENINA DAS SUAS DUAS FILHAS COM A ISABEL… A NOTÍCIA POSTERIOR DO TEU DESENLACE FÍSICO... MINHA QUERIDA AMIGA AMARGUROU-ME, PELO SOFRIMENTO POR QUE PASSASTE E POR NÃO TE TER PODIDO ACOMPANHAR …ESTAR…
QUANTO TE ESTIMO ...QUANTO TE ADMIRO... COMO ADMIRAVA O TEU EXEMPLO DE VIDA!…O TEU SOFRIMENTO FÍSICO…TANTO SOFRIMENTO … SENHOR... SENHORA DA GRAÇA!
Ao tempo a minha casa, naquele período ante Páscoa, adentrava uma costureira amiga, dedicada e competente, levada pela Vizinha Maria da Silva, uma óptima pessoa e costureira que executava tudo na perfeição, que preparava os vestidos de anjo das meninas para a Procissão dos Passos, e outro vestuário.
A  vizinha Maria não tinha ainda realizado as obras que se seguiram.
Reinava a alegria na minha casa. Minha mãe não migava sopas….Vizinha Maria Augusta! Tem lá a sua máquina ou leva-se lá a minha? A minha casa com o negócio não convém.
Vizinha  Maria Augusta o que é que diz? Maria, isso é problema?
Aliás não  era preciso pedir a minha mãe, tudo o que a vizinha Maria decidia estava bem decidido e não se fala mais nisso. A vizinha era um impulso da natureza e planificava coisas com o maior à vontade de gestão.
A vizinha Maria era como se fosse da casa e o vai-vem das meninas era uma festa. Contínua.
A vizinha Maria era um ser magnífico. Se jogasse futebol dir-se-ia um falso lento.
Como a sua vida era pesadíssima, esses momentos de aparente paragem serviam –lhe para racionalizar estratégias e acções, traçar objectivos que ia discernindo.
Em minha casa era  tudo… gozava, privilegiava a nossa total familiaridade, as portas estavam – lhe totalmente abertas e sem qualquer reserva.
Nesse período reinava a alegria, a Ana Maria e a Isabel entravam e saíam e tudo eram risos com as suas presenças constantes.
A Ana  Maria a pronunciar Vião em vez de João, e outras palavras engraçadas. A vizinha Maria era acolhida por minha mãe com o maior dos carinhos, e quando o Senhor António infelizmente partiu tão cedo minha mãe temeu pela sua depressão, não a largou e reergueu-a… Maria, não te isoles nessa tristeza! Tu és tão corajosa… A vida continua, olha  as tuas filhas tão lindas, anda lá…vamos lá.!
E assim foi! …
E renasce uma pessoa invulgarmente trabalhadora, mãe de filhas tão lindas, em grande plano na luta pela vida..
Exemplo para nós….A vizinha Maria, como dito em título, era uma heroína … e as suas filhas valores fora do comum com alto sentido de responsabilidade.
As visitas constantes do Senhor Domingos e da avó das meninas, uma senhora muito calma, sublimavam a falta do Senhor António… A vizinha Maria e a nossa querida Ana Maria foram da maior caridade e desvelo para minha  mãe, apesar dos seus afazeres, ultrapassando critérios gerais de bondade, igualmente para mim, a maior paz e o seu repouso eterno.
Donde… moro sem casa em Nisa. Nisa e sua gente moram no meu coração, o meu coração é a  minha terra, a nossa gente na sua bondade sem limites, gente de paz, de misericórdia, de perdão, que Nossa Senhora  da Graça gravou em nós para sempre  .
De gente tão boa como a Maria Diniz. Os desenhos dos bordados da minha avó Josefa vou levar-tos como prenda e homenagem à beleza da tua arte, à beleza da tua bondade, do teu ser magnífico de mulher de Nisa, e tu que cantas tão bem  fazes tanta falta com o teu enorme valor  no coro da paróquia… Como a Senhora da Graça me parece confidenciar com o seu largo sorriso. Fazia-te tão bem…Serias ainda mais feliz!...
Porque não?
A  amizade certa do João Castanho

14 de novembro de 2013