Joaquim Galhardo
cumpriu sonho antigo.
Joaquim Galhardo
tinha um sonho, antigo, que acabou de transformar em realidade, a toque de
bateria. Entre as 15 horas de sábado e as 15 horas de domingo, deu um autêntico
festival de bateria e de resistência, ao tocar durante 24 horas no palco do
Cine Teatro de Nisa, ultrapassando em oito (8) horas o anterior máximo
português registado com 16 horas.
A iniciativa
integrava o programa de comemorações dos 10 anos da Inijovem e a prestação do
jovem baterista nisense, a todos os títulos excepcional, transmitiu à festa da
Inijovem uma maior alegria e brilhantismo.
Joaquim Fernando
Temudo Granchinho Galhardo tem 30 anos e trabalha na administração local. Desde
os 14 anos que se entrega a um dos seus maiores prazeres, quando conseguiu, através
de poupanças, comprar a primeira bateria. Um gosto e um jeito que lhe vem de
pequenino, dos tempos em que qualquer lata de tinta ou caixa de cartão, lhe
serviam para improvisar batidas e sons.O apelo da música era constante e sem
surpresa viu-se a aprender solfejo na Escola da Banda de Nisa. Mas foi sol de
pouca dura, pois o que queria mesmo era tocar, tocar bateria, instrumento a que
na Banda não podia chegar por não ser ainda instrumentista.Em casa, sempre que
podia e os ouvidos dos familiares e vizinhos suportavam, ia fazendo aquilo que
mais gostava e a entrada para o primeiro conjunto musical, o Nova Estrela,
deu-se com apenas 15 anos. Ligou-se ao Feed Back, ajudando na instalação de
material, nos bailes e concertos, tudo para estar próximo do seu instrumento de
culto, a bateria. O grupo Fogo Posto foi o passo seguinte e tocaram algumas
vezes no celeiro da EPAC, para desconforto da vizinhança, “que protestava
sempre por causa do barulho”, antes de chegar aos Xaga, grupo a que empresta o
seu vigor e determinação como baterista, desde 2005.
As actuações em
bailes e a animação de bares têm servido para Joaquim Galhardo ir testando as
suas capacidades físicas e psicológicas, antes de se lançar numa aventura e
projecto maior: tocar bateria durante mais de 16 horas consecutivas. É este o
record português e o músico nisense traçou como objectivo chegar às 24 horas a
tocar, consecutivamente. A grande prova, passou-a, com distinção, no passado
fim-de-semana, no palco no Cine Teatro de Nisa. Apoiado por muitos amigos,
músicos e pelas pessoas que durante as 24 horas foram passando pela sala de
espectáculos, dirigindo-lhe palavras de apoio e incitamento, o Joaquim Galhardo
concluiu a “Maratona de Bateria”, num final apoteótico, com o público de pé, a
tributar-lhe uma impressionante ovação que se prolongou durante vários
minutos.Cansado e comovido, o novo recordista nacional, a tocar bateria, a
todos agradeceu. Para trás ficavam 24 horas de batidas e os ritmos musicais, de
todos os tipos, com que os amigos contribuíram para dar asas ao sonho. Foi uma
prova de grande resistência, física e psicológica que o Joaquim ultrapassou com
galhardia.Num curto espaço de tempo, Nisa ganhou um campeão nacional de
corta-mato e passou a ter um recordista nacional a tocar bateria.
Digam lá, agora, que
os alentejanos é que são lentos...
Mário Mendes –
28/5/2007